É mentira que percentual de votos para prefeitura de São Paulo não mudou durante a apuração
Circula nas redes sociais uma série de vídeos da apuração dos votos à prefeitura de São Paulo, indicando falsamente que a porcentagem dos candidatos não se alterava, o que indicaria fraude. As informações do vídeos são mentirosas.
Apesar de o autor do vídeo afirmar que a porcentagem dos votos não se alterava, as próprias imagens o desmentem, havendo alterações decimais conforme a apuração avançava. Os percentuais variaram pouco devido ao acirramento da disputa, que só foi definida com a apuração de cerca de 99% dos votos.
Além disso, o eleitorado da cidade de São Paulo é o maior do país, com mais de 6,7 milhões de votos no primeiro turno. Com isso, mudanças drásticas nas estatísticas demandam uma quantidade grande de votos.
É possível conferir o extrato dos Boletins de Urna de cada seção eleitoral no site Resultados do TSE e conferir que a soma dos votos em cada urna é exatamente igual ao total apurado pela Justiça Eleitoral.
Durante totalização dos votos na capital, diferença entre candidatos diminuiu e aumentou várias vezes
O 1º turno da eleição para prefeito de São Paulo foi um dos mais acirrados da história da capital paulista.Três candidatos ao cargo mantiveram-se praticamente empatados na primeira posição nas pesquisas de intenção de voto, dentro da margem de erro, e depois nos resultados das urnas: Ricardo Nunes, da coligação Caminho Seguro para São Paulo (PP, MDB, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD, Agir, Mobiliza e União Brasil); Guilherme Boulos, da coligação Amor por São Paulo (federação PSOL/Rede, federação Brasil da Esperança — Fé Brasil, composta por PT, PC do B e PV, e PDT); e Pablo Marçal, do PRTB.
Durante o processo de totalização dos votos, a pequena diferença entre os três primeiros colocados também foi mantida. Mas, à medida que os votos foram sendo contabilizados, houve diversas alterações nos percentuais dos primeiros colocados. A primeira inversão de posições ocorreu às 17h33, quando Marçal superou Boulos: 27,93% a 27,53%. Às 17h59, Marçal se aproximou de Nunes, atingindo 29,67% dos votos apurados até aquele momento, enquanto o prefeito tinha 29,73% — uma diferença de apenas 0,06 pontos percentuais. Mas não chegou a ocorrer a ultrapassagem.
Às 18h07, Nunes abriu uma margem maior em relação a Marçal: 30,56% a 28,92%. No entanto, às 18h33, a margem se estreitou novamente: 29,44% a 28,88%. Mas, novamente, Marçal não chegou a ultrapassar Nunes.
Às 18h40, ocorreu a segunda inversão de posições: Boulos passou à frente de Marçal: 28,67% a 28,64%. Às 18h57, o candidato do PSOL se aproximou do prefeito: 29,27% a 29,23%, uma diferença de apenas 0,04 pontos percentuais. Mas também não chegou a haver nova ultrapassagem.
Às 18h10, Boulos abriu uma vantagem de 1,14 ponto percentual em relação a Marçal: 29,23% a 28,09%. Nesse momento, a diferença de Boulos para o prefeito era pequena: 29,36 a 29,23, apenas 0,13 pontos percentuais.
Às 19h27, Marçal teve uma leve recuperação e chegou a 28,22% dos votos, diminuindo a vantagem de Boulos, que tinha 28,89 — uma diferença de 0,67 pontos percentuais. Mas não chegou a haver nova mudança de posição.
Dali em diante, Nunes e Boulos se consolidaram nas duas primeiras posições. Às 21h57, a totalização acabou com Nunes em primeiro, com 29,48% dos votos, Boulos em segundo, com 29,07%, e Marçal em terceiro, com 28,14%.