São Paulo elegeu 11% de mulheres para as prefeituras no primeiro turno e 17% para as Câmaras Municipais
A proporção de pessoas negras que conquistaram mandato para os Legislativos e os Executivos municipais aumentou em relação às eleições anteriores; representatividade feminina também teve pequeno crescimento
No primeiro turno das Eleições 2024, 610 municípios de São Paulo escolheram o prefeito ou a prefeita que vai governar a partir de 2025. Em 18 cidades do estado, haverá segundo turno.
Nos 610 municípios em que a eleição para a prefeitura já foi definida, foram eleitas 67 mulheres e 543 homens, o equivalente a 10,98% e 89,02%, respectivamente. O percentual de mulheres eleitas para comandar o Executivo municipal é levemente maior ao de 2020, quando foram eleitas no primeiro turno 60 prefeitas (9,9% do total) e 546 prefeitos (90,1%).
Pela primeira vez, o sistema de registro de candidaturas permitiu a inclusão de declaração sobre identidade de gênero, orientação sexual, etnia indígena e pertencimento a comunidades quilombolas. Em relação a identidade de gênero, 500 dos prefeitos e prefeitas eleitos se declararam cisgênero (que se identificam com o sexo biológico) e 110 preferiram não informar. Sobre orientação sexual, 188 afirmaram ser heterossexuais e 422 não divulgaram essa informação. Houve um prefeito quilombola eleito em Barra do Turvo, no Vale do Ribeira: Dr. Victor Maruyama, do Podemos.
Raça
Em 2024, entre os 610 prefeitos e prefeitas eleitos em primeiro turno no estado, há 540 brancos (88,52%), 63 pardos (10,33%), 3 amarelos (0,49%), 2 pretos (0,33%) e 2 não informados (0,33%). A representatividade de pessoas negras eleitas (somando pardos e negros) aumentou proporcionalemnte em relação a 2020: foram 10,66% em 2024 e 6,11% nas eleições municipais anteriores, quando se elegeram 32 pessoas pardas e 5 pretas entre os 606 eleitos e eleitas em primeiro turno para o comando das prefeituras.
A taxa de reeleição no Executivo dos municípios do estado aumentou em relação a 2020: neste ano, 259 prefeitos e prefeitas se reelegeram no primeiro turno, o que representa 42,46% do total. Em 2020, esse percentual foi de apenas 19,80% (120 do total de 606 que se elegeram na primeira etapa de votação).
Segundo turno
Entre os 36 candidatos que disputam o segundo turno em 18 cidades de São Paulo, há apenas uma mulher: Rosana de Oliveira Valle, do PL, em Santos. Em relação a cor ou raça, há 30 brancos (83,33%), 5 pardos (13,89%) e um amarelo (2,78%).
Vereadoras e vereadores
A maioria do eleitorado paulista é feminina: são 53% de eleitoras e 47% de eleitores — mas a representatividade das mulheres nas Câmaras Municipais continua baixa. Entre os 7.038 eleitos, há 1.221 mulheres (17,35%) e 5.817 homens (82,65%). Houve pequeno aumento na porcentagem de mulheres eleitas em relação a 2020: naquele ano, conquistaram o mandato 1.095 vereadoras e 5.868 vereadores, o que representa 15,73% e 84,27% do total de 6.963 de eleitos naquele ano, respectivamente.
Nestas eleições, 8 pessoas transgênero foram eleitas para os Parlamentos municipais, o que equivale a 0,11% do total. A grande maioria se identifiou como cisgênero: 5.522 candidatos e candidatas (78,46%). Outras 1.508 pessoas não informaram a identidade de gênero (21,43%).
Em relação à orientação sexual, foram eleitos 1.567 vereadores e vereadoras heterossexuais (22,67%), 10 gays (0,14%), 6 bissexuais (0,09%), 5 lésbicas (0,07%), 2 assexuais (0,03%) e 5.448 não divulgaram essa informação (77,41%).
Representatividade racial
A representatividade de pessoas negras (somando pretas e pardas) nas Câmaras Municipais de São Paulo também aumentou em relação às eleições municipais de 2020. Neste ano, foram eleitos 1.355 vereadores e vereadoras pardos e 424 pretos, o que equivale a 19,25% e 6,02% do total, respectivamente — 25,27% de pessoas negras entre os eleitos.
Já nas eleições municipais anteriores, haviam sido eleitos 1.124 pardos (16,14%) e 363 pretos (5,21%), o que representa 21,35% de vereadores e veradoras negros no estado.
Em 2024, também foram eleitos para os Legislativos municipais 5.191 pessoas brancas (73,76%), 38 amarelas (0,54%), 4 indígenas (0,06%) e 26 não informaram a cor ou raça. Entre os indígenas, pela primeira vez houve a declaração de etnia. Foram eleitos: o mundurukú Daniel Munduruku (PDT), em Lorena; o pataxó Prof. Rômulo (PT), em Guarulhos; o krenák Caio Vinícius (MDB), em Arco-Íris; e Curumim (PSDB), em Botucatu, que não informou a etnia.
Em 2020, também haviam sido eleitos quatro vereadores indígenas: Curumin e Prof. Rômulo, que se reelegeram em Botucatu e Guarulhos, respectivamente; Ká da Aldeia (Cidadania), em Arco-Íris; e Juliana Cardoso (PT), em São Paulo.
Também foram eleitos neste ano vereadores e vereadoras quilombolas em 21 municípios do estado: Álvares Machado, Barra do Turvo, Boituva, Eldorado (três vereadores), Embu-Guaçu (dois), Jacupiranga, Mauá, Miguelópolis, Nantes, Nova Europa, Ocauçu, Platina, São João de Iracema (dois), São Paulo, Taquaral, Taubaté e Ubatuba. Os 21 eleitos e eleitas que se declaram como quilombolas representam 0,3% do total.
A renovação nos Parlamentos municipais de São Paulo diminuiu em relação às eleições anteriores. Neste ano, 2.638 vereadores e vereadoras se reelegeram (37,48% do total de 7.038). Em 2020, 20,59% haviam conquistado outro mandato (1.434 entre os 6.963 eleitos naquele pleito).