Eleições 2024: urnas eletrônicas para o 2º turno são levadas a locais de votação em 18 cidades
Neste sábado (26), também foi emitida a zerésima do sistema de totalização, mostrando que não há nenhum voto previamente registrado; presidente do TRE-SP, desembargador Silmar Fernandes, acompanhou o procedimento na capital
As urnas eletrônicas que serão usadas no 2º turno das eleições municipais em São Paulo foram levadas para os locais de votação neste sábado (26). O transporte dos equipamentos dos cartórios até as escolas e outros estabelecimentos com seções eleitorais foi acompanhado pela Polícia Militar. Em seguida, houve a montagem das seções nos locais de votação por colaboradores da Justiça Eleitoral. Neste domingo (27), mais de 15,6 milhões de pessoas estão habilitadas para a votação, que ocorre das 8h às 17h (horário de Brasília). Cerca de 50 mil urnas foram distribuídas para as 18 cidades do estado que vão escolher seus representantes para o cargo de prefeito neste segundo turno.
A 2ª Zona Eleitoral — Perdizes, na zona oeste da capital, enviou 438 urnas para as seções eleitorais instaladas em 24 locais de votação, preparados para receber 155.591 pessoas. O cartório da região é responsável pela organização dos trabalhos eleitorais na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, maior local de votação do estado, com 17.794 eleitores. “A logística é a mesma do primeiro turno. As urnas saem do cartório, começando pela PUC, que possui 46 seções, e ficam guardadas em segurança nos locais até o domingo”, afirmou a chefe da 2ª ZE, Ana Lúcia Machado.
A servidora destacou a importância das pessoas convocadas e dos voluntários para o processo de distribuição das urnas eletrônicas. “Além dos mesários, temos os apoios logísticos, voluntários que nos auxiliam na entrega dos equipamentos. Eles nos ajudam muito e, sem eles, nosso trabalho ficaria muito difícil. Aqui no cartório usamos 13 vans para o transporte, algumas indo até mais de um lugar de votação”, disse Ana Lúcia.
A professora Erika Cristina Xavier, 46, foi uma das pessoas que auxiliou no transporte das urnas para o Colégio Sagrado Coração de Jesus, no bairro da Pompeia. Ela contou que trabalha com as eleições desde os 18 anos, tendo exercido a função de mesária. “Em 2010 virei coordenadora do grupo de apoio da escola, que tem 14 seções. Deixamos tudo preparado para que o eleitor possa votar no domingo, e eles reconhecem o nosso trabalho”, comentou. Já a bancária Adriana Zadra, também convocada pelo cartório, ajuda no carregamento das urnas. “É gratificante o auxílio nas eleições, já ajudo há 3 anos.”
No estado, o pleito conta com a ajuda de 22.500 apoios logísticos, que também estarão nos locais de votação neste domingo para dar suporte às seções eleitorais e orientar o eleitorado. Além deles, 223 mil mesárias e mesários vão atuar no 2º turno. Do total de urnas distribuídas no estado, cerca de 30 mil máquinas foram preparadas para os mais de 2.000 locais de votação da capital. Quem não votou no primeiro turno pode votar normalmente no segundo turno. Confira algumas orientações para exercer o direito com tranquilidade.
Emissão da zerésima na 1ª Zona Eleitoral
A zerésima do sistema de totalização — documento que comprova que não há nenhum voto registrado no sistema eletrônico de votação — foi emitida por volta do meio-dia em cerimônia realizada na 1ª Zona Eleitoral — Bela Vista, área central da capital. A emissão do relatório foi acompanhada pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Silmar Fernandes, pelo vice-presidente da Corte, desembargador José Antonio Encinas Manfré, pelo juiz da 1ª ZE, Antônio Patiño, além de jornalistas e representantes das missões de observação eleitoral, como a Organização do Estados Americanos (OEA), a Transparência Eleitoral Brasil, a Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) e a Associação Paulista das Defensoras e Defensores Públicos (Apadep).
Na capital, por ser a zona responsável pelo registro de candidaturas, a 1ª Zona Eleitoral é a primeira a emitir o documento, conforme prevê a Resolução nº 23.736/2024, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As outras 56 zonas de São Paulo emitem o relatório em seguida. O documento deve ser assinado pelo presidente da junta eleitoral de cada zona, devendo compor a Ata da Junta Eleitoral.
A líder geral da Missão de Observação Eleitoral Nacional da Transparência Eleitoral Brasil, Ana Cláudia Santano, informou que a entidade iniciou a observação do processo eleitoral desde a realização das convenções partidárias. “Já faz algum tempo que estamos acompanhando praticamente tudo que se refere às eleições e ao sistema eletrônico de votação”, ressaltou.
Ana Cláudia relatou que a instituição acompanhou a geração de mídias, o lacre das urnas e dos sistemas eleitorais no TSE, os testes de integridade e a extração da zerésima. “É importante para verificar se a cadeia de garantias da lisura do sistema de votação está sendo cumprida, gerando um sentimento de confiança e segurança de que efetivamente nenhum voto foi computado antes e de que o sistema, de fato, vai traduzir os votos segundo a vontade do eleitorado”, argumentou.
A defensora pública Luiza Lins de Veloso, diretora da associação paulista e integrante da Anadep, relatou que a associação nacional está acompanhando o processo eleitoral em todos os estados. “Em São Paulo, também estivemos em Araçatuba e São José dos Campos no primeiro turno. No segundo turno, estamos em São José dos Campos novamente. Nosso objetivo é transmitir eventuais intercorrências no processo eleitoral e fazer um relatório sobre eventuais necessidades de alterações para as próximas eleições. A ideia é que a eleição evolua cada vez mais e que a integridade do processo seja cada vez mais reconhecida”, explicou.