Eleições 2024: missões do Parlasul, da OEA e de instituições nacionais observam organização do 2º turno em SP
Representante do Parlamento do Mercosul afirmou que sistema eletrônico de votação brasileiro parece “transparente e seguro”; integrantes da Transparência Eleitoral Brasil, Associação Nacional dos Defensores e PUC-SP também avaliaram etapas do pleito
Representantes de missões nacionais e internacionais de observação eleitoralacompanharam a organização do 2º turno das eleições municipais em São Paulo. Observadoras e observadores estiveram em vários locais de votação neste domingo (27) e analisaram a atuação do Tribunal Regional Eleitoral paulista (TRE-SP) e das mesas receptoras de votos durante o fim de semana. Foram registradas as presenças de grupos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Transparência Eleitoral Brasil, Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep), Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e do Parlamento do Mercosul (Parlasul).
A subchefe da Missão de Observação do Parlasul, Maria Alejandra Más, afirmou que a entidade iniciou os trabalhos na sexta (25). “Tivemos diferentes reuniões e utilizamos referências de outras organizações que estão ligadas à observação das eleições para a avaliação. No sábado (26), estivemos participando da escolha das urnas pelas entidades fiscalizadoras para o Teste de Integridade e, neste domingo, passamos em diversas escolas, conversando com autoridades da mesa receptora de votos, vendo as etapas do processo eleitoral.”
A integrante do Parlasul acrescentou que o sistema eletrônico de votação brasileiro parece seguro e transparente. “É tudo muito interessante e estamos felizes em participar e acompanhar o pleito na cidade de São Paulo. Não conhecia o sistema de votação brasileiro porque na Argentina ainda não utilizamos o sistema eletrônico. Lá, ainda temos as cédulas de papel. Na verdade, parece que o sistema brasileiro é muito transparente e seguro, e assim também são as avaliações que recebemos por parte das diferentes autoridades da mesa receptora de votos com quem tivemos a oportunidade de conversar”, argumentou.
Já os representantes da Missão de Observação Eleitoral da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo visitaram as instalações do Teste de Integridade e acompanharam os procedimentos realizados no Centro Cultural São Paulo e na Universidade Paulista (Unip) — Paraíso. A professora Juliana Bastos, chefe da missão, contou que o grupo verifica a integridade do processo eleitoral. “Foram criados cinco formulários que avaliam a abertura e o fechamento dos trabalhos, o funcionamento das urnas nas seções, a emissão da zerésima e dos boletins de urna, a acessibilidade nos locais de votação, entre outros temas”, comentou.
Além de São Paulo, a docente disse que os observadores da missão atuam em diferentes estados e regiões do país. “O objetivo final é a produção de um relatório, que será enviado à Justiça Eleitoral e publicado para acesso de todos. A finalidade é contribuir com sugestões que possam trazer melhorias para as eleições”, concluiu Bastos, que coordena a missão junto com os professores Lafayette Pozzoli e Renato Barth.
Transparência e rigor
Pedro Antunes, outro integrante da Missão da PUC-SP, esteve na sede TRE-SP e relatou que servidores e voluntários da Justiça Eleitoral são comprometidos e empenhados com o pleito. “Acompanhei o trabalho em três seções no 1º turno em Sorocaba, todo cidadão deveria ter o interesse em acompanhar porque você desmistifica muito do que é falado na internet e na TV. O mesário tem um papel muito importante de colaboração. Neste domingo, acompanhei o trabalho dos servidores no monitoramento das redes e o Teste de Integridade. A transparência e o rigor são incríveis, é algo fantástico. A observação tem esse papel de trazer sugestões e só tende a contribuir com o processo democrático”, avaliou.
Neste domingo, integrantes da Organização dos Estados Americanos estiveram em locais de votação. No sábado, a missão da OEA acompanhou, ainda, a escolha e sorteio das urnas para o Teste de Integridade no TRE-SP e a emissão da zerésima na 1ª Zona Eleitoral — Bela Vista, na capital. A zerésima do sistema de totalização é emitida na véspera do pleito, comprovando que não há nenhum voto registrado antes do início oficial da eleição. Observadores da Transparência Eleitoral Brasil e da Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep) também estiveram no cartório da 1ª ZE.
A líder geral da missão da Transparência Eleitoral Brasil, Ana Cláudia Santano, afirmou que a instituição iniciou a observação do processo eleitoral durante as convenções partidárias, tendo acompanhado a geração de mídias, o lacre das urnas e dos sistemas eleitorais no TSE, além dos testes de integridade e a extração da zerésima. “É importante para verificar se a cadeia de garantias da lisura do sistema de votação está sendo cumprida, gerando um sentimento de confiança e segurança”, ressaltou.
A defensora pública Luiza Lins de Veloso, representante da Anadep e diretora da Associação Paulista das Defensoras e Defensores Públicos (Apadep), relatou que a associação nacional está acompanhando o processo eleitoral em todos os estados. “O objetivo é transmitir eventuais intercorrências no processo eleitoral e fazer um relatório sobre eventuais necessidades de alterações. A ideia é que a eleição evolua cada vez mais e que a integridade do processo seja cada vez mais reconhecida.”