Oficina de história oral é ministrada no TRE-SP em encontro sobre memória do Judiciário
Servidor do Centro de Memória Eleitoral conduziu as atividades; participantes visitaram Espaço Democrático Poeta Paulo Bomfim, área cultural da Justiça Eleitoral de SP

Membros da magistratura, servidoras e servidores de diversos tribunais do país participaram de uma oficina sobre história oral, nesta quinta (9), dentro da programação do IV Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário (Enam). A atividade foi ministrada pelo servidor do Centro de Memória Eleitoral (Cemel) José Washington da Silva Assis, na sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), na Bela Vista, onde os participantes puderam colocar em prática o conteúdo aprendido nas palestras. Na ocasião, eles também visitaram o Espaço Democrático Poeta Paulo Bomfim, área para exposições da Justiça Eleitoral paulista.
O encontro no TRE-SP marcou o módulo presencial da oficina. A primeira etapa, realizada de forma virtual em 2 de maio, tratou dos aspectos teóricos da história oral. Também foram abordados os pontos essenciais para a formatação de um projeto na área, como a escolha do local, do tempo, do recorte da memória a ser retratada e dos personagens. A história oral é um trabalho de pesquisa caracterizado pela coleta de depoimentos de pessoas que testemunharam conjunturas e acontecimentos de uma sociedade ou instituição com o objetivo de preservar a memória.
O servidor do Cemel explicou que projetos de história oral resgatam parte da memória da instituição, que não está escrita nos documentos. “A história também está na vivência, na relação das pessoas. Então é importante a gente trazer a público esses saberes, essas experiências dessas pessoas que construíram a história da Justiça Eleitoral”, disse José Washington. Para a oficina prática, ele convidou a servidora aposentada do Tribunal, Sônia Pacheco, que deu entrevista e foi gravada pela equipe do Cemel.
José Washington acrescentou que as iniciativas de história oral devem levar em conta aspectos da vida pessoal do entrevistado, do momento histórico do país e da instituição. “Na entrevista com a Sônia, por exemplo, a gente faz uma retomada histórica, onde ela nasceu, onde cresceu. Depois, como chegou ao Tribunal, a trajetória dela, a experiência com as eleições, além de questões conceituais, do que a Justiça Eleitoral representa para a democracia. Trabalhamos com esses parâmetros”, argumentou.
Durante a oficina, foi exibido um dos projetos de história oral desenvolvido pelo Cemel, o vídeo intitulado “Operários do Voto — Memórias de um Lugar”, disponível no Portal da Memória do TRE-SP. O filme mostra, pela ótica dos servidores da Justiça Eleitoral paulista, a organização das eleições a partir de 1932, a construção da democracia brasileira e a interação desse ramo da Justiça e de seus funcionários com a cidade de São Paulo.
Um dos participantes da oficina foi o ministro do Superior Tribunal Militar (STM), Péricles Aurélio Lima de Queiroz. Antes de acompanhar as palestras, ele teve um encontro institucional com o presidente do TRE-SP, desembargador Silmar Fernandes.
A programação do IV Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário termina nesta sexta (10). O evento é voltado a integrantes de setores relacionados à gestão de memória, arquivo, biblioteca e áreas correlatas. As atividades buscam debater estratégias para a preservação da história do Judiciário e o compartilhamento de experiências para o aperfeiçoamento da gestão documental e de memória nos tribunais do país.
O encontro foi organizado em conjunto pelo TRE-SP, Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) e Tribunal de Justiça Militar de São Paulo (TJMSP).