Para a realização das eleições no maior colégio eleitoral do país, o TRE-SP contou com 403.548 mesárias e mesários no último pleito — desse total, 63% trabalharam voluntariamente. Dada a magnitude das eleições paulistas, são essenciais iniciativas que despertem o interesse de cada vez mais voluntários. Uma dessas ações é o Programa Mesário Voluntário Universitário, implementado pela Escola Judiciária Eleitoral Paulista (Ejep) para arregimentar colaboradores em universidades e aprofundar a consciência de cidadania desse público. 

Atualmente, há 36 instituições de ensino superior conveniadas em 26 zonas eleitorais (ZEs), entre elas a 110ª ZE — Rio Claro. O chefe do cartório, Guilherme do Valle Taufic, diz que eles têm convênio com universidades de Rio Claro desde 2014. “É um modo de buscarmos mais mesários voluntários, pois é muito melhor trabalhar com quem se voluntaria. Atuam com mais disposição e, com isso, diminuem os pedidos de dispensa”, afirma.

Outro cartório que participa do programa é o da 342ª ZE — Sorocaba. No momento, a zona eleitoral possui convênios com duas instituições e o seu chefe, Emerson José Oliveira Machado, é um entusiasta da ação. “É importante oferecer um estímulo aos universitários para que participem do processo democrático como mesários”, analisa o servidor, mas comenta que a adesão ainda é pequena.

A servidora da Seção de Programas Institucionais (Sepi), da Ejep, Barbara Lima Gomes, destaca que o programa é divulgado durante as visitas guiadas monitoradas de universidades às dependências do Tribunal e que a escola está estudando maneiras de tornar a assinatura do convênio mais prática. “Além disso, para o pleito de 2024, vamos reformular todo o material gráfico de divulgação para envio às zonas eleitorais”, ressalta.

Durante o 2º Encontro da Justiça Eleitoral, ocorrido no fim de abril, o presidente do TRE-SP, desembargador Paulo Galizia, ressaltou a importância do projeto, fazendo um apelo para que os presentes auxiliassem na divulgação e implementação mais efetiva do programa em seus municípios. “Muitos aqui são chefes de cartórios em cidades que possuem universidades. Esse programa beneficia a Justiça Eleitoral e o estudante, porque ele pode usar o período trabalhado como horas complementares e nós podemos ter mais mesários de qualidade”, comentou.

Barbara afirma que a participação da instituição de ensino superior no programa oferece a garantia de que as horas trabalhadas serão aproveitadas como atividades extracurriculares, o que não acontece com as universidades não conveniadas, que podem aceitar ou não o aproveitamento dessas horas.

Mesários, voluntários e universitários

Nas Eleições 2022, a iniciativa atraiu alguns estudantes como Bruno de Almeida Mendes, eleitor da 253ª ZE — Tatuapé. “Eu me interessei porque gosto bastante de trabalhar com o público e pelas horas extracurriculares”, conta o graduando em administração. 

Foi a segunda vez que Bruno atuou na função. Em 2020, ainda aluno do ensino médio na cidade de Jaguaquara, na Bahia, ele estreou como mesário. “Minhas experiências foram agradáveis. É gratificante ajudar os eleitores para que exerçam seu dever como cidadãos”, diz.

As horas complementares também foram um atrativo para a estudante de enfermagem Larissa Naomi Maeda, que participa do projeto na 342ª ZE — Sorocaba. Ela foi voluntária pela primeira vez em 2022 e diz que, além das horas extracurriculares, se inscreveu pela “curiosidade de saber como realmente funciona uma eleição nos bastidores”.

Já Adriana Rachid de Assis, também convocada pela 253ª ZE — Tatuapé, diz que teve outra motivação. “Eu me voluntariei por uma questão de cidadania. A última eleição estava muito polarizada e essa foi a maneira que encontrei de ser útil ao meu país”, relata a estudante de direito. Entusiasmada com a oportunidade, Adriana deseja ser convocada para os próximos pleitos.

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