Mais de 700 estudantes da zona leste elegem representantes do grêmio na urna eletrônica
O projeto de cidadania “A Justiça Eleitoral vai até você” esteve na Emef Armando Cridey Righetti pelo segundo ano consecutivo
Eleitoras e eleitores aguardam sua vez na fila, assinam o caderno de votação, a seguir registram o voto na urna eletrônica e recebem o comprovante. As ações, tão comuns em eleições gerais ou municipais, desta vez ocorreram na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Armando Cridey Righetti, na zona leste da capital, no pleito para a escolha do grêmio estudantil, na última terça (30).
Nas três seções, 791 crianças e adolescentes, de 6 a 14 anos, escolheram entre oito chapas com candidatos do 5º ao 8º ano. Nas mesas receptoras de votos, as mesárias e os mesários também foram os próprios colegas, treinados e voluntariamente interessados em colaborar. As urnas foram cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) como parte do projeto de cidadania “A Justiça Eleitoral vai até você”, da Escola Judiciária Eleitoral Paulista (Ejep).
Ao fim do dia, como nas eleições oficiais, os votos foram apurados. Reeleita, a chapa vencedora foi a “Good Vibes”, com 300 votos, seguida de “A Grande Diferença”, com 166. Logo após divulgado o resultado, a presidente e a vice receberam seus respectivos diplomas entregues pela coordenadora da Ejep, Vanessa Nigres Diniz. “A ideia é que os estudantes vivenciem todas as etapas de um processo eleitoral oficial. Antes da votação, eles fazem campanha na qual expõem suas propostas. Assim, desde muito jovens passam a se conscientizar de que quando queremos melhorias para a nossa vida, escola ou sociedade, é preciso trabalhar para que isso aconteça, e eleger bons representantes é um grande passo”, ressalta.
A professora Rosângela Lima, coordenadora do grêmio na Armando Righetti, reconhece o estímulo que o projeto oferece aos estudantes. É o segundo ano consecutivo em que a escola organiza a eleição do grêmio em parceria com o Tribunal. Enquanto em 2022, apenas alunos do 7º e 8º ano se candidataram, desta vez houve chapas também do 5º e 6º. “Este ano, houve aumento no interesse dos estudantes em apresentar propostas. É muito interessante ver essa ação estimular nos alunos a habilidade de escolher e avaliar a viabilidade das ideias apresentadas pelas chapas”, aponta.
A assistente de direção Nathália Gabriela Ikeda concorda. “A ida do TRE às escolas faz os estudantes experienciarem uma eleição tal como acontece oficialmente, e isso os prepara para quando forem eleitores”.
Além do voto, a ação, que desde 2018 acontece em instituições de ensino, é construída pedagogicamente com os professores. Do pedido de realização da eleição até a data do pleito, são aproximadamente 60 dias em que a escola é estimulada a trabalhar temas de cidadania e democracia, por meio de materiais e jogos enviados pela Ejep.
“Durante o período de campanha na escola, reunimos os alunos para discutir a importância do voto, as responsabilidades dos diferentes cargos eletivos no país, a segurança do sistema eletrônico de votação e a questão da desinformação”, informa Caio César de Sousa Yoshika, coordenador pedagógico da Armando Righetti.
Para a realização da votação, as urnas, preparadas pela Seção de Urnas do Tribunal, recebem um software específico e exibem as fotos e os números de cada chapa. No treinamento dos mesários, essenciais em uma eleição, também se faz presente a participação do TRE-SP, com o apoio do cartório eleitoral localizado na circunscrição da escola. Desta vez, a colaboração foi da 352ª ZE — Itaim Paulista.
“O contato com a urna eletrônica faz com que os jovens disseminem, entre seus pares, informações boas e confiáveis sobre o processo eleitoral”, afirma Henrique Marcelo Moretti Filho, chefe do cartório onde foram treinados os mesários. O servidor lembra ainda que, aos 12 anos, a escola em que estudava simulava eleições em paralelo às oficiais que aconteciam no país para presidente e que isso provocou nele o interesse por acompanhar campanhas políticas. “Essa ação da Ejep deve despertar o mesmo nos estudantes”, acredita Henrique que, na cerimônia de diplomação, entregou os certificados às mesárias participantes.
Uma delas foi Isabella Silva Pedroso. A estudante do 8º ano, mesária pelo segundo ano consecutivo, aprova o uso do sistema eletrônico de votação nas eleições do grêmio escolar. “Além de nos preparar para quando formos votar oficialmente, a urna eletrônica torna o processo mais confiável e eficiente.” Maria Fernanda Juvino Rios, do 9º ano, que também foi mesária, destaca que a iniciativa mostra para as crianças e adolescentes o quão importante é o voto. “Se não pensarmos bem na hora de votar, seremos prejudicados por um grêmio não eficiente.”
Integrante da chapa “Good Vibes”, reeleita para o segundo mandato, Natalia Roberta da Silva Freire, do 8º ano, participa do grêmio desde 2021 e neste ano se sentiu apta a lançar a candidatura como presidente. “Esperamos que na nossa gestão de um ano possamos motivar os alunos a estudar mais e trazer melhorias para a escola”, afirma a estudante que, junto aos colegas da chapa, promete cumprir as propostas. Entre elas, estão formar equipes de futebol e vôlei para disputa de torneios entre escolas da região e promover palestras com psicólogos e especialistas sobre temas como ansiedade e outros assuntos de interesse dos colegas.
Em 2022, o trabalho realizado na parceria da Ejep com a Armando Cridey Righetti rendeu à instituição de ensino o Prêmio de Educação em Direitos Humanos, concedido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, pela realização da eleição do grêmio estudantil dentro do projeto “Direitos Humanos Construindo Pontes para a Cidadania”.
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