Entre os dias 13 e 16 de junho, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) realizou a Semana do Meio Ambiente. O evento ocorreu na sede do Tribunal, no centro da capital paulista, com palestras e oficinas temáticas, sendo abordadas questões como mobilidade urbana, aquecimento global e implementação no Poder Judiciário dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. 

Na abertura do encontro, o presidente do TRE-SP, desembargador Paulo Galizia, destacou a relevância da iniciativa em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho.

“Este evento é importante não apenas para servidoras, servidores, juízas e juízes, mas para toda a sociedade. É necessário nos conscientizarmos sobre as práticas de sustentabilidade em prol da subsistência e sobrevivência do planeta”, ressaltou. O desembargador destacou, ainda, que a ação está alinhada ao compromisso do Poder Judiciário para implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e também ao Plano Estratégico Institucional do Tribunal para o período 2021-2026.

Na sequência, a palestra Mobilidade Urbana e Aquecimento Global teve participação da secretária de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Denize Cavalcanti, e Laura Ceneviva, da Assessoria Técnica em Mudanças Climáticas da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo.  “Alterações no clima do planeta não se resolvem simplesmente com ações ambientais. O que vemos hoje foi e é causado por modos de produção e de consumo prejudiciais ao ambiente e desenfreados”, afirmou Laura.

Denize, por sua vez, destacou as políticas de sustentabilidade que vêm sendo desenvolvidas pelo Poder Judiciário, que devem reduzir a emissão de gases de efeito estufa ou adotar medidas de compensação por meio de planos climáticos. Assim, os Tribunais têm realizado inventários de emissão de gases para conhecer os pontos críticos. O do TRE-SP, em andamento, deve ser concluído no segundo semestre. “Na Justiça Eleitoral, por exemplo, os transportes de equipamentos e urnas eletrônicas, muito frequentes em anos eleitorais, elevam as emissões”, apontou Denize.

A palestra foi mediada pela chefe da 1ª ZE — Bela Vista, Cintia Nakasa. Veja a íntegra do debate no canal do TRE-SP no YouTube.

O segundo dia de palestras trouxe como tema a definição de sustentabilidade com relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que compõem a Agenda 2030 da organização. O debate foi mediado pela chefe de cartório da 254ª ZE — Vila Maria, Maria Oliveira, e teve entre as participantes a chefe de Gestão Sustentável do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ketlin Scartezini. Ela apresentou boas práticas do órgão para viabilizar os objetivos da Agenda 2030, como licitações sustentáveis — nas quais os processos consideram os custos sociais e ambientais da fabricação à destinação final.

A outra palestrante foi Yna Honda e Sousa, chefe de cartório em Araucária (PR) e mestre em Governança e Sustentabilidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A servidora afirmou que o Judiciário brasileiro é o primeiro no mundo a ter indicadores específicos da Agenda 2030. Isso se deve, principalmente, ao fortalecimento de iniciativas nos últimos anos como o do Laboratório de Inovação, Inteligência e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Justiça Eleitoral (Liods—JE).

Nos últimos dias do evento foram realizadas as oficinas temáticas, com venda de artesanato e exposição de arte indígena, coleta de materiais recicláveis e oficina de plantio de mudas. “Tem gente que não tem o conhecimento básico, então assim é legal porque depois, quando a pessoa for numa loja, ela se sente à vontade para comprar porque ela agora consegue fazer. A gente quer aqui quebrar uma resistência natural que as pessoas têm de pôr a mão na terra”, afirma Juan Ocampo Bernárdez, coordenador de Acessibilidade, Inovação e Sustentabilidade do TRE-SP. 

Também foram anunciados os ganhadores da 1ª Jornada Sustentável e do Concurso Selo de Boas Práticas de Sustentabilidade, iniciativas da Justiça Eleitoral paulista voltadas, respectivamente, à capacitação de servidoras e servidores na temática da sustentabilidade e ao reconhecimento das melhores práticas sustentáveis aplicadas nos cartórios eleitorais.

Venceu a Jornada Sustentável a equipe de servidoras e servidores que conseguiu a maior pontuação entre os demais participantes na doação de roupas, alimentos e brinquedos, bem como descarte de pilhas, cartuchos e lacres metálicos, além de descarte de medicamentos vencidos e doações de sangue.

Por sua vez, o Selo de Boas Práticas de Sustentabilidade teve como primeiro colocada a 118ª ZE — Santos. A unidade, chefiada pela servidora Michelle Molarino, coletou lacres de alumínio e tampinhas de plastico para doação de cadeiras de roda para crianças carentes, reciclou borras de café para adubagem de plantas do cartório, separou e encaminhou lixo quinzenalmente para ONGs de reciclagem, além de reutilizar materiais impressos para rascunho, estimular o uso consciente de água e energia, criar uma biblioteca comunitária e uma mini-biblioteca na área de atendimento os eleitores e eleitoras.

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