Espaço para exposições é inaugurado no TRE-SP com homenagem ao poeta Paulo Bomfim

Área cultural do Tribunal foi inaugurada com mostra sobre escritor que marcou o Judiciário paulista; quem visitar local também poderá conhecer história da Justiça Eleitoral

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Presidente do TRE-SP, desembargador Paulo Galizia, e presidente do TJSP, desembargador Ricardo Mair Anafe, inauguram o Espaço Democrático Poeta Paulo Bomfim

A memória e o legado do poeta Paulo Bomfim ganharam destaque na sede do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Foi inaugurado, nesta quinta (14), um espaço que leva o nome do integrante da Academia Paulista de Letras, falecido em 2019, aos 92 anos. O “Espaço Democrático Poeta Paulo Bomfim” foi aberto com exposição em homenagem à vida e obra do escritor e sua atuação no TRE-SP e no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O local, situado na sede do Regional, Rua Francisca Miquelina, nº 123, Centro, abre para visitação do público de segunda a sexta, das 12h às 18h, e receberá novas exposições no próximo ano.

Além da vida literária, Paulo Bomfim foi servidor do Judiciário paulista por mais de 50 anos, tendo participado da formação do Centro de Memória Eleitoral (Cemel) do TRE-SP e se dedicado ao acervo do museu do TJSP. A exposição “Paulo Bomfim: o poeta das duas cortes” foi inaugurada pelo presidente do TRE-SP, desembargador Paulo Galizia, e pelo presidente do TJSP, desembargador Ricardo Mair Anafe. Conta com totens que mostram a história pessoal e a carreira, além de objetos pessoais do poeta. No local, também é possível conferir uma linha do tempo sobre a Justiça Eleitoral.

Ao discursar na cerimônia, o presidente do TRE-SP lembrou a trajetória do intelectual, citando as ações de Paulo Bomfim para a comemoração dos 50 anos da Semana de Arte Moderna, enquanto diretor estadual de Cultura do governo Laudo Natel, e para os festejos de 150 anos da Independência do Brasil na cidade de São Paulo, bem como sua importância para a história e cultura cívica da capital paulista.

Reverência a São Paulo

“O poeta Paulo Bomfim sempre foi fiel à sua musa maior, a cidade de São Paulo, eternizada em suas crônicas. Ademais, manteve acesa a chama da memória da Revolução Constitucionalista de 1932. Pode-se dizer até que, além de sua data de nascimento, 30 de setembro, Paulo Bomfim tinha outras duas datas natalícias: o 25 de janeiro, dia de São Paulo, e o 9 de julho, dia da Epopeia Cívica dos Paulistas”, afirmou o desembargador Paulo Galizia.

O magistrado ressaltou que, no TRE-SP, Paulo Bomfim orientou a comissão que atuou na formação do Cemel, inaugurado em 12 de agosto de 1999, do qual se tornou coordenador cultural honorífico até o seu falecimento. Em comemoração aos 60 anos de reinstalação da Justiça Eleitoral, produziu o texto “A vizinhança do TRE” para a publicação “Justiça Eleitoral — uma retrospectiva”. A narrativa detalha a história e as relações familiares de personalidades que dão nome às ruas situadas no entorno da sede do TRE-SP. Em 2010, o escritor também foi condecorado com o Colar do Mérito Eleitoral Paulista.

“Paulo Bomfim deu régua e compasso para que o Cemel pudesse buscar seus caminhos de pesquisa e realizar suas ações educativas e culturais. Em 2024, o Cemel completará 25 anos, e a inauguração deste espaço assinala o início das comemorações. Neste ano de 2023, também completaria 60 anos de sua posse na Academia Paulista de Letras. Que este quadrilátero que leva seu nome seja um espaço multiuso de exposições culturais e artísticas, de saraus literários e musicais, de lançamento de livros. Que seja um espaço tão vibrante como vibrante sempre foi aquele que lhe dá o nome”, discursou Galizia.

A criação do Espaço Paulo Bomfim está prevista na Resolução TRE-SP nº 597/2022, que instituiu a Política de Gestão Documental e de Memória do Tribunal. Antes da atuação junto ao TRE-SP, o intelectual participou da instituição do museu do TJSP. Em 2009, o Tribunal estadual inaugurou um espaço cultural em homenagem ao poeta, reconhecendo seu relevante papel para a memória do Judiciário paulista.

Defesa da democracia

O presidente do TJSP, desembargador Ricardo Mair Anafe, lembrou que conviveu com o poeta quando atuava na seção de Direito Público do TJSP. “Aprendi muito com Paulo Bomfim, que marcou a história dos dois tribunais, um apaixonado pelo ideal constitucional da Revolução de 32. Ele chegou ao TJ pelas mãos do desembargador Nelson Pinheiro Franco e se tornou uma figura encantadora, não só pelos seus versos e prosas, mas pelo seu conhecimento histórico.”

O gestor do Centro de Memória Eleitoral, José D'Amico Bauab, disse que o espaço foi idealizado em homenagem ao poeta e à defesa intransigente da democracia brasileira. “O exercício da memória política evidencia não só às presentes, mas às futuras gerações o quanto lutamos por um regime democrático no país, que, por mais imperfeito que seja, ainda é a melhor solução civilizatória para a sociedade brasileira. Portanto, o espaço representa a afirmação permanente e perene da Defesa do regime democrático entre nós a partir do exercício e da sensibilização da memória.”

A inauguração do espaço foi marcada pela apresentação da Camerata da Polícia Militar, sob a regência do maestro primeiro sargento da PM Ivambergue Rodrigues de Souza. O corpo musical executou o Hino Nacional e a Marcha Paris-Belfort, que se tornou o hino da Revolução Constitucionalista de 1932. Prestigiaram a cerimônia a juíza assessora da Presidência, Denise Indig Pinheiro; o diretor-geral do TRE-SP, Claucio Correa; o coordenador do museu do TJSP, Octávio Augusto Machado; o coordenador da Comissão de Gestão da Memória do TRE-SP, juiz eleitoral Carlos Alexandre Böttcher; a artista plástica Di Bonetti; o advogado Pedro Paulo Penna, declamador da obra de Bomfim; o professor e poeta Marcelo Tápia; secretários e servidores do TRE-SP.

Vida e obra

Paulo Lébeis Bomfim nasceu na cidade de São Paulo, em 1926. Pela influência da família, conviveu com artistas como Guilherme de Almeida e Heitor Villa-Lobos. Presenciou a Revolução Constitucionalista de 1932, movimento que marcou sua vida e obra. Foi aluno da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, mas optou por não terminar o curso para se dedicar ao jornalismo. Em 1945, começou no Correio Paulistano e, a convite de Assis Chateaubriand, foi para o Diário de São Paulo, escrevendo a coluna “Luz e Sombra” por uma década. Também atuou em emissoras de rádio e TV.

No Poder Judiciário, iniciou suas atividades com o juiz de menor Aldo de Assis Dias, organizando técnicas do Juizado. Posteriormente, desempenhou funções relevantes no TJSP, sendo nomeado chefe de gabinete do desembargador presidente José Renato Nalini. É autor dos hinos do TJSP e da Escola Paulista da Magistratura (EPM).

Anita Malfatti pintou “O retrato” (1945), que mostra o jovem poeta Paulo Bomfim. Seu livro de estreia, “Antônio Triste”, de 1947, teve prefácio de Guilherme de Almeida e ilustrações de Tarsila do Amaral. A obra ganhou o “Prêmio Olavo Bilac”. Em 1963, passou a ocupar a cadeira 35 da Academia Paulista de Letras. Ao longo de sua trajetória, publicou 37 obras.

Em 1981, o escritor foi eleito “Intelectual do Ano” pela União Brasileira de Escritores, conquistando o Troféu Juca Pato. Em 1991, recebeu o título de “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, da Revista Brasília, e o prêmio “Obrigado São Paulo”, da TV Manchete. Também ganhou o “Prêmio da União Brasileira de Escritores”, por seus 50 anos de poesia.

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