Desde o primeiro Código Eleitoral, em 1932, o desejo pela criação de um aparelho de votação que assegurasse o sigilo do voto era claro. O artigo 57 do Código primogênito já previa o “uso das máquinas de votar”. Este anseio se materializou em 1996, com o lançamento da primeira urna eletrônica brasileira.

Apesar do sucesso de sua implementação, passando-se 25 anos sem qualquer comprovação de fraude em seu uso, informações falsas sobre a máquina sempre circulam pelas redes. Uma delas afirmava que apenas o Brasil fazia uso do aparelho em todo o mundo.

Outra informação falsa amplamente disseminada em 2018 dizia que apenas três países no mundo adotariam o sistema eletrônico de votação: Brasil, Cuba e Venezuela. Diversos veículos checaram a informação e constataram sua falsidade. Cuba, aliás, sequer utiliza urnas eletrônicas, tendo suas votações feitas em cédulas de papel.

O número de países que fazem uso do voto eletrônico vai muito além do trio latino citado nos boatos. O Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral (Idea), organização intergovernamental com sede em Estocolmo, na Suécia, aponta que ao menos 46 países substituíram o voto no papel pelo uso de tecnologia - através do voto eletrônico - em pelo menos uma de suas eleições, entre eles: Suíça, Canadá, México, Paraguai, Peru, Índia, França, Rússia, Bulgária, Namíbia, Irã, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, Albânia, Bangladesh, Butão e Estados Unidos.

Um erro frequente é usar os Estados Unidos como modelo de democracia que não faz uso de urnas eletrônicas, mas ocorre que até na terra do Tio Sam elas são utilizadas. O país tem um plano de voto eletrônico desde o início dos anos 90.  O modelo federalista, no entanto, faz com que cada estado estadunidense tenha autonomia para decidir sobre o assunto, fazendo com que haja adoção de diferentes métodos, desde estados que utilizam sistemas totalmente eletrônicos, passando por sistemas mistos e chegando a estados que utilizam apenas cédulas de papel.

Vale ressaltar que o voto eletrônico não é o mesmo que voto online e que as urnas eletrônicas não estão conectadas à internet. O voto online até é utilizado em alguns países, como Estônia e Suíça, mas não é o caso do Brasil.

Os resultados das eleições por meio do sistema eletrônico de votação se dão de maneira muito mais ágil, uma vez que os votos são coletados eletronicamente e, ainda mais importante, ficam livres da intervenção humana no processo de apuração.

*Atualizado

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