O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) organizou webseminário com o tema “A importância da participação feminina nos espaços de poder e tomada de decisão”. O evento está disponível na íntegra, desde esta segunda-feira (31), no canal oficial do órgão no YouTube.

O seminário contou com a abertura do presidente do Tribunal, des. Waldir Sebastião de Nuevo Campos Junior, e a mediação da coordenadora do Comitê de Participação Feminina do TRE-SP e integrante substituta da Corte, juíza Maria Cláudia Bedotti. As demais convidadas foram a embaixadora Irene Vida Gala e a desembargadora Márcia Regina Dalla Déa Barone,  Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).

Segundo o des. Nuevo Campos, o objetivo do seminário foi discutir as perspectivas e a realidade da participação feminina nas esferas de poder, fornecendo subsídios para o fortalecimento da cidadania, democracia e legitimidade do processo político-eleitoral. “A democracia exige pluralidade e esse debate torna-se fundamental, considerando que as mulheres formam uma maioria essencial em nossa sociedade”, disse.

A juíza Maria Cláudia Bedotti ressaltou que o Comitê de Participação Feminina do TRE-SP, junto à Escola Judiciária Eleitoral Paulista (Ejep), tem realizado uma série de eventos no intuito de fomentar a presença das mulheres na política, contribuindo para o regime democrático. Ela destacou ainda a importância de trazer personalidades importantes de fora do Poder Judiciário, como Irene Vida Gala, para participar do debate.

A diplomata, que foi embaixadora do Brasil no continente africano, ocupa atualmente a posição de Ministra de Primeira Classe, o mais alto cargo da carreira diplomática brasileira. Com sua experiência, ela trouxe a discussão do poder institucional feminino dentro do Itamaraty e no plano internacional.

“Há uma determinação de agenda a partir de quem atua no poder”, afirmou. “A definição do que é prioridade passa por qual gênero está ali. Diante disso, vejo que não dá para simplesmente ocupar o poder. É preciso lutar por isso e para manter essa ocupação”.

A des. Márcia Regina Dalla Déa Barone, por sua vez, focou sua exposição na estrutura do Poder Judiciário. “Hoje o número de juízas gira em torno de 38,5% no Estado de SP, mas isso não nos garante representatividade na cúpula do Tribunal. A mulher muitas vezes é associada a um cargo acessório ou subordinado. Temos uma formação cultural que acaba nos intimidando. É importante, então, que haja mulheres ocupando cargos de elevada hierarquia para que as meninas, ainda na Faculdade, sejam estimuladas e tenham em quem se espelhar”, disse.